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A possibilidade de criar uma máquina que conseguisse pensar como o cérebro humano levou a DeepMind, empresa inglesa de inteligência artificial da Google, a criar o AlphaGO, um algoritmo de IA capaz de jogar GO. Não existe poder computacional suficiente que permita a uma máquina prever todas as jogadas possíveis. Atualmente, um programa de computador demoraria quatro horas para antecipar apenas oito jogadas, quatro de cada jogador. No GO, estima-se que cada movimento possa afetar o desenrolar de, pelo menos, 100 jogadas subsequentes. Logo, tal programa não teria nenhuma vantagem frente a um jogador profissional. Para ser bem-sucedido, o AlphaGO teria que aprender a intuir.
Após ser treinado com informações de milhões de partidas, em 2016,
o AlphaGo desafiou o coreano Lee Sedol, o melhor jogador de GO em
atividade naquele momento, campeão mundial dos 10 anos
anteriores.
Uma lenda.
As jogadas 37 e 78 marcaram o momento em que máquina e humanidade
finalmente começaram a evoluir juntos.
Lee Sedol começou perdendo as três primeiras partidas da série de cinco. Na terceira derrota, porém, Lee ficou deslumbrado pelo oponente. Na jogada de número 37, o AlphaGo realizou um movimento aparentemente simples, mas tão criativo, que acabou com as possibilidades de vitória de Lee. A chance dessa jogada ter sido realizada por um humano era de uma em 10 mil.
Lee começou a quarta partida determinado a recuperar o próprio orgulho e o de seus milhões de fãs, a quem ele julgava ter decepcionado. Com o avançar do jogo, ele ficava cada vez mais acuado. Tudo indicava que ele seria novamente derrotado. Depois de 30 minutos de reflexão, Lee fez a jogada 78, um movimento tão inusitado, belo e eficaz que, mais tarde, seria conhecido como o “Toque de Deus”. O AlphaGo respondeu inconsistentemente ao movimento e, pela primeira e última vez, Lee derrotou a máquina. Depois da partida, para tentar entender a jogada 78, a equipe do AlphaGO identificou que o movimento de Lee tinha a mesma probabilidade – 1 em 10 mil – de ser realizado por um humano.